sexta-feira, 1 de julho de 2011

Desenvolvimento Moral - Maturidade

Vários foram os pioneiros deste tema, isto é, as concepções, percepções e interpretações das regras, normas e valores tidos por parte das crianças.
Contudo, destacamos Kohlberg que elaborou uma teoria sobre o desenvolvimento moral, a partir dos estudos de Piaget, sendo o fundamento da perspectiva cognitivo-desenvolvimentista.
Segundo Orlando Lourenço, defensor de Kohlberg, a perspectiva mencionada no parágrafo anterior é “(a) a que propõe critérios mais racionais de moralidade e de desenvolvimento moral; (b) a que mais se adequa a uma perspectiva de desenvolvimento da pessoa; e (c) aquela que mais permite visionar a transformação da sociedade” (Lourenço, 1998).
Para Kohlberg, a essência da moralidade reside mais no sentido de justiça (igualdade, equidade, contratos sociais e reciprocidade nas relações humanas) do que no respeito pelas normas sociais ou morais (cumprimento ou violação das normas).
Com as experiências do dia-a-dia é possível verificar o quanto as pessoas se preocupam com as questões de justiça e moralidade. Por exemplo, se nos perguntam por que razão não aceitamos que nos ofendam ou batam, respondemos que seria injusto que o fizessem visto que merecemos respeito e consideração.
Este autor defende que o desenvolvimento moral acontece durante seis estágios, divididos em três níveis.
São eles:
·         Nível I denominado Pré-convencional, que compreende o período de zero aos nove anos, representado pelos dois primeiros estágios (punição-obdiência, em que as consequências das suas acções demonstram maldade ou bondade por parte da criança; e recompensa-sentir-se bem, onde a acção correcta é aquela que satisfaz as próprias necessidades e até as dos outros, instrumentalmente);
·         Nível II, o Convencional, que se evidencia entre os nove e dezasseis anos, abrangendo o 3º e 4º estágio (ocorrência interpessoal, o “bom menino” é aquele que agrada/ajuda os outros sendo aprovados por estes; e orientação para a lei e ordem, onde o comportamento correcto é fazer o que é certo, mostrando respeito pelas regras, pela autoridade, mantendo a ordem social);
·         Nível III, designado por Pós-Convencional, que ocorre a partir dos 16 anos, caracterizado pelos dois últimos estágios (contrato social, sendo a acção correcta aquela que vem da concordância constitucional e democraticamente aceite – construção de valores e opiniões pessoais; e, por último, princípios de ética universal, definidos pela própria consciência, apelando à compreensão, consistência e universalidade).
Concluindo, o desenvolvimento moral pode ser considerado de três formas: (1) maior ou menor identificação da criança e do jovem com os valores e padrões morais da sociedade em geral (perspectiva psicanalítica); (2) maior ou menor interiorização de regras e normas morais aprovadas socialmente (perspectiva da aprendizagem social); e (3) construção de princípios morais e de justiça que estão muito além das normas morais e sociais vigentes (perspectiva cognitivo-desenvolvimentista.

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